Só pra mim...

Tudo que vivemos - mesmo que pouco - foi intenso. Mas quando chegou ao fim, eu percebi que vivi tudo sozinha.

A intensidade foi só pra mim, os sonhos foram só meus, as expectativas, também, a alegria de te encontrar novamente, só minha.

Tudo que aconteceu foi mágico, mais uma vez, só pra mim. E por que eu não fui capaz de ver que, cada vez mais, você estava se distanciando, estava se esquivando de mim, estava preferindo ficar longe?

Achei que tinha encontrado o que faltava de mim, achei que minha espera tinha acabado, que, finalmente, tinha achado quem me completava, quem me transbordava, alguém que tinha conseguido quebrar as correntes de um coração trancado.

Só que nada disso era verdade, você não era o que faltava de mim. Você era só alguém que se disfarçou e me enganou (e muito bem, por sinal), alguém que com pouco esforço quebrou meu coração, mas não para remontar e cuidar, e sim, para deixá-lo em mil pedacinhos para eu recolher sozinha.

Agora, o que fazer com essa dor, com essa tristeza?

É preciso passar por isso, viver, para que tudo cicatrize alguma hora.

Me despeço de você e fico aqui, debaixo das minhas cobertas, com meu pote de Nutella e meu Netflix ligado, chorando, até que tudo passe, tipo gripe. Uma hora passa.